I
- Introdução:
A literatura infantil é
um caminho que leva a criança a desenvolver a imaginação, emoções e sentimentos
de forma prazerosa e significativa. É importante para a formação de qualquer
criança ouvir muitas e muitas histórias, pois é através dos livros e contos
infantis que a criança enfoca a importância de ouvir, contar e recontar
histórias.
A
literatura abre um leque variado de conhecimentos, despertando a curiosidade e
influenciando na forma de olhar o mundo ao redor. Para que isso ocorra se faz
necessário incentivar as crianças a leitura prazerosa, objetivando o
desenvolvimento do amor, da beleza, da imaginação, da observação, além de
ampliar as experiências, o gosto artístico e o estabelecimento entre o mundo da
fantasia e o da realidade.
A
leitura é a melhor maneira de aprendizagem, sendo também eficaz na aquisição da
linguagem e exercício intelectual, a presença da literatura infantil na sala de
aula e a mediação realizada pelo professor, permitem à criança a fruição, o
prazer e a alegria de adentrar no mundo mágico da literatura e da imaginação.
A
criação de espaço para a criança contar, recontar e inventar histórias, dando
sentidos e significados às experiências vivenciadas em seu cotidiano, propicia
o exercício da linguagem oral, da invenção, como autores e criadores de
sentidos e textos. Nesse exercício, a criança que agora ouvinte, posteriormente
será o contador de histórias.
SISTO
(1991) reitera que “contar histórias hoje significa salvar o mundo imaginário.
Vivemos, em nosso tempo, o império das imagens, quase sempre gerais,
reprodutoras e sem individualidade”.
O Referencial
Curricular Nacional para Educação Infantil – RCNEI (1998, vol 3) ressalta a
importância do manuseio de materiais, de textos (livros, jornais, cartazes,
revistas, entre outros), pelas crianças, uma vez que ao observar produções
escritas a criança, vai conhecendo de forma gradativa as características
formais da linguagem. Isso é visível quando uma criança folheia um livro imite
sons e faz gestos como se estivessem lendo. Entretanto no cotidiano escolar,
isso pode não ocorrer devido ao medo de que os livros se estraguem. Porém os
alunos só aprenderão a ter cuidado com os materiais, se tiveram em contato com
os mesmos. A criança só construirá conhecimento a cerca da leitura se estiver
inserida em um ambiente favorável ao letramento que a possibilite presenciar e
participar de situações de iniciação a leitura.
Ainda baseado no RCNEI, as histórias
são construídas e completas e sua prática com os alunos, por meio da contação
pelo professor colocam as crianças “no papel de leitoras. Que podem relacionar
a linguagem com os textos, os gêneros e os relacionar a linguagem com os
textos, os gêneros e os portadores sobre os quais eles se apresentam: livros,
bilhetes, revistas, cartas, jornais” entre outros.
Muitas são as estratégias que o
professor pode fazer uso para ampliar as atividades de leitura de histórias, para que a criança conheça a maneira de
pensar, ser, agir e os valores e comportamentos de outras culturas presentes em
outros tempos e lugares, fazendo relação com seu jeito de compreender e o modo
de ser do grupo que está inserido. As
histórias são fonte de conhecimentos culturais de como lidar com as emoções e
com os valores éticos, possibilitando a construção da subjetividade e da
sensibilidade da criança.
II
– Justificativa:
Construir na criança o
hábito e o prazer da leitura é uma atividade que deve estar presente no cotidiano
daqueles que com ela convive. A familiaridade constante com a literatura
incentivará as crianças desde pequenas a amarem os livros, levando-as ao
enriquecimento da imaginação, da criatividade e da linguagem.
Segundo Juan Mota (pág.
9), é justamente porque estão imersas em um ambiente leitor que as crianças
começam a se interessar pela leitura e acabam aprendendo a ler. Não há
aprendizagem real sem motivação, sem desejo prévio. A leitura deve aparecer
diante de seus olhos como algo necessário e “tentador”. Por isso a importância
da escola oferecer meios que possibilitem o contato das crianças com a
literatura, de forma lúdica e prazerosa, facilitando o processo e aquisição de
aprendizagens significativas.
De acordo com o RCNEI –
Referencial Curricular para a Educação Infantil (vol. III, pág. 143):
A leitura de histórias é um
momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o
universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em
outros tempos e lugares que não o seu. A partir daí ela pode estabelecer
relações com a sua forma de pensar e o modo de ser do grupo social ao qual
pertence. As instituições de educação infantil podem resgatar o repertório de
histórias que as crianças ouvem em casa e nos ambientes que frequentam, uma vez
que essas histórias se constituem em rica fonte de informação sobre as diversas
formas culturais de lidar com as emoções e com as questões éticas, contribuindo
na construção da subjetividade e da sensibilidade das crianças.
Diante desse contexto,
o Centro Municipal de Educação Infantil Joaquim Lopes Pequeno oportunizará o
desenvolvimento do Projeto – Literatura
Infantil – Viajando e Contando Histórias: Uma forma prazerosa de viver e
reviver a infância, buscando aperfeiçoar e ampliar as práticas pedagógicas,
tendo como finalidade a construção de bons leitores e futuros escritores, pois a leitura leva a criança ao
universo letrado e colabora para o desenvolvimento da escrita. As histórias
estão presentes em nossa cultura há muito tempo. o hábito de contá-las e
ouvi-las tem inúmeros significados e está relacionado ao cuidado afetivo, à
construção da identidade, ao desenvolvimento da imaginação, à capacidade de
ouvir o outro, e a de se expressar.
Incentivar
a formação do hábito de leitura na idade em que todos os hábitos se formam,
isto é, na infância, é muito importante. Neste sentido a literatura infantil é
uma peça fundamental para este desenvolvimento.
Faz parte da nossa Proposta
Pedagógica favorecer a familiaridade das crianças com a leitura e a ampliação
de seu repertório, assim, oferecemos às crianças o contato regular com os textos e
participação frequente com o conto e a leitura em situações diversas. Os
professores são os principais agentes na promoção dessa prática, desenvolvendo
projetos específicos nas fases que estão atuando. É importante também envolver
a família, pois a criança vai desenvolvendo o hábito da leitura, tornando-se um
bom leitor, adquirindo valores familiares, sabendo que a leitura pode ser
realizada na escola e também em casa. É preciso ter paciência, criatividade,
dedicação e persistência, pois não se pode exigir nada de um leitor, mas
auxiliá-lo a desejar a ler por prazer, despertando sua imaginação e capacidade
de ouvir o outro se expressar.
III
– Objetivo Geral:
Aperfeiçoar as práticas pedagógicas
relacionadas às várias formas de contar histórias e possibilitar a construção
de bons leitores, despertando-os para a valorização da leitura como fonte de
prazer e entretenimento.
IV
– Objetivos Específicos:
·
Observar e manusear livros;
·
Familiarizá-los e ampliar seus
repertórios;
·
Incentivar o hábito de leitura;
·
Proporcionar situações de leitura
diversificada;
·
Apropriar-se de recursos diversos para
contação de histórias;
·
Ler e contar histórias em ambientes
diferentes;
·
Proporcionar o desenvolvimento da
atenção e concentração;
·
Reconhecer algumas histórias infantis;
·
Utilizar a técnica de dramatizar e fazer
recontos;
·
Desenvolver o pensamento lógico e a
rapidez de raciocínio;
·
Permitir a livre expressão;
·
Promover e estimular a linguagem oral;
·
Cuidar e valorizar os livros;
·
Desenvolver e estimular a expressão
corporal.
V
- Procedimentos Metodológicos:
- Construção de livros volantes com a
participação dos pais e das crianças;
- Utilização do carro e da mala da
leitura em sala de aula;
- Criação do cantinho da leitura em
cada sala de aula;
- Confecção de uma sacola literária itinerante;
- Apresentações com teatro de
fantoches;
- Dramatizações de histórias e
músicas infantis;
- Desenvolvimento do Projeto
“Caravana da leitura” realizado em parceria com a SMECE;
- Realização de amostras de conteúdos
com temas diversificados abertas a toda comunidade;
- Exposição dos trabalhos
desenvolvidos em sala de aula no
pátio da escola ao fim de cada
bimestre;
- Apresentação cultural junina,
valorizando a literatura infantil;
- Contação de histórias que relatem a
história do município de Cruzeta.
VI
– Avaliação:
A avaliação será contínua e
diagnóstica, através de observações e registros das ações desenvolvidas, como
também a participação e envolvimento das crianças na realização das atividades
propostas.
VII
- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL.
Ministério da Educação e do Desporto. Referencial
Curricular para Educação Infantil, vol. 3. Brasília, MEC/SEF, 1998.
MATA,
Juan. Cenas, Reflexões e Sugestões em torno da leitura e da infância. Revista
Pátio: Educação Infantil – Literatura infantil, muito além do cantinho da
leitura. Julho/Setembro, 2010.
SISTO, Celso.
Contar histórias, uma arte maior. In: MEDEIROS, Fábio Henrique Nunes &
MORAES, Taiza
Mara Rauen (orgs.). Memorial do Proler: Joinville e resumos do
Seminário de
Estudos da Linguagem.
Joinville, UNIVILLE, 1991.