sexta-feira, 20 de julho de 2012

PROJETO DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM EDUCAÇÃO INFANTIL “COMPARTILHANDO SABERES”.


PREFEITURA MUNICIPAL DE CRUZÊTA
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTE
CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL JOAQUIM LOPES PEQUENO
JUSTIFICATIVA

A formação continuada remete, a mudanças de contexto de realização do próprio trabalho docente nas escolas, ainda constituído pela racionalidade instrumental com inúmeros dispositivos de controle das práticas do professor. Conceber projetos de formação não pode está alheio de uma intervenção no terreno profissional, no contexto em que os professores atuam, como também não pode dissociar da produção do saber. As situações que os docentes enfrentam apresentam características únicas exigindo respostas genuínas. Frente a situações diferentes, os professores constroem novas soluções, novos caminhos que se dá por um processo de reflexão na ação.
Para Nóvoa (1991) “importa valorizar paradigmas de formação que promovam a preparação de professores reflexivos que assumam a responsabilidade do seu próprio desenvolvimento profissional e que participem como protagonistas na implementação de políticas educativas “.
O autor recomenda que práticas de formação contínua devem ser organizadas tendo como referência as dimensões  coletivas o que contribui para a emancipação profissional e a consolidação de uma profissão que é autônoma na produção dos seus saberes e valores.
Portanto, na formação de professores é preciso conceber a escola como um ambiente educativo, no qual trabalhar e formar-se não sejam atividades distintas. Essa formação deve ser vista como um processo permanentemente integrado no dia-a-dia dos professores, devendo estes voltarem-se para os desenvolvimentos: pessoal, profissional e organizacional.
         Nesse sentido, o docente deve manter-se motivado, fortalecer sua autonomia profissional e conhecer-se profundamente para que assim possa tornar-se um difusor e colaborador do sistema educacional. Portanto, é importante e decisivo que a escola de hoje, assuma a responsabilidade de ampliar sua atuação, esforçando-se para que os educadores tenham esta visão ampla e profunda do indivíduo e de suas possibilidades cognitivas e emocionais, ajudando-o a preparar-se para o mundo desafiador que cada vez mais se apresenta.
Os objetivos dessa formação continuada é justamente para avançar nas discussões... o que é educar hoje? Como é que você faz isso? Como é que você cria o espaço pedagógico? Contudo, tais questionamentos estão voltados para a sensibilização dos gestores para uma implicação dos professores na formação continuada passando desde a análise das necessidades à gestão e avaliação das formações.
A participação dos docentes no processo se dá da seguinte forma: a cada encontro as tarefas são distribuídas por períodos e os temas são trabalhados de acordo com as necessidades.
Cabe ainda destacar que a avaliação da formação de professores é parte de um processo democrático no qual os próprios envolvidos no trabalho docente atuem como parceiros e interlocutores.
O projeto traça metas e ações com  a finalidade de implementar um trabalho direto no fazer pedagógico para (re)significar a construção de saberes  e competências dos docentes.
 OBJETIVOS
ü  Refletir sobre as competências e experiências inerentes ao professor com ênfase no processo ensino-aprendizagem e no fazer pedagógico;
ü  Fornecer subsídios para construção do projeto Compartilhando Saberes;
ü  Promover momentos de discussões e troca de experiências relacionadas ao processo educativo do aluno;
ü  Realizar oficinas nas áreas de Identidade e Autonomia Pessoal, Meio físico e /social, Comunicação e Representação;
ü  Socializar fundamentos teóricos, concepções e modalidades de avaliação de aprendizagem;
ü  Estudar temáticas tais como: Limites, agressividade, moralidade infantil, uso da informática na educação infantil, leitura e escrita e outros.

CONCEPÇÕES TEÓRICAS
 O DOCENTE NA ATUALIDADE

Desde os anos 80, novas posturas têm ensejado várias investigações no campo da formação do profissional docente, provocando expressivo crescimento na formação acadêmica em busca de novas respostas às questões ligadas às dificuldades de aprendizagem escolar, nesse sentido, Cavalcante (1998, p. 11) afirma que: “os avanços teóricos obtidos têm chegado muito lentamente à prática escolar, que permanece respaldada em concepções tradicionais”. Dessa forma, os estudos realizados com este propósito eram destinados à verificação das falhas no processo ensino-aprendizagem e a encontrar bases teóricas com a intenção de redirecionar a formação do professor, visto antes como um reprodutor de técnicas e metodologias, e geralmente responsabilizado pelo fracasso escolar.
Nesse contexto Pimenta (2004, p.95), defende que “as políticas expressas pelo discurso da qualificação têm trazido um grande número de professores que já exercem o magistério e que se somam aos que não têm experiência profissional”, assim sendo, é imprescindível o docente buscar uma formação que venha de encontro às suas expectativas e torne sua prática condizente com as mudanças da contemporaneidade, levando-o a querer sempre mais aperfeiçoar sua formação, buscando aplicar teorias inovadoras.
Ensinar é a cada dia um novo desafio. Nunca estamos permanentemente formados, ou seja, preparados para ensinar por isso precisamos está em constante formação. A formação continuada se faz necessária, visto que, a formação inicial não dá conta das inovações que surgem a cada dia. Nesse sentido a capacitação em serviço inclui as situações criadas no interior das escolas e pode ocorrer quando são reservados tempo e espaço para reflexão individual e coletiva sobre o trabalho, para estudos, discussões, elaboração de projetos e avaliação, oportunizando a todos os envolvidos nesse processo de formação propor soluções para os desafios encontrados na prática cotidiana e, ao mesmo tempo, identificar necessidades individuais ou coletivas de capacitação e aprimoramento profissional.
A formação continuada pode ser realizada também por meio da participação em cursos, seminários, encontros e palestras e outras estratégias que promovam situações  de reflexão sobre  temas direto ou indiretamente relacionados à educação. É importante também destacar que as necessidades de formação não são definidas de modo aleatório, geralmente relacionam-se com o contexto institucional e social imediato dos professores e crianças, bem como aponta (MACHADO 2000), “a formação de profissionais da educação infantil precisa ressaltar a dimensão cultural da vida das crianças e dos adultos com os quais convivem, apontando para a possibilidade de as crianças aprenderem com a história vivida e narrada pelos mais velhos, do mesmo modo a que os adultos concebam a criança como sujeito histórico, social e cultural”.
Ao mesmo tempo, é necessário ter-se em mente que as características da sociedade contemporânea, marcada pela velocidade das transformações e pela multiplicidade de conhecimentos e informações exigem do profissional da educação, capacidade para realizar escolhas, buscar e interpretar informações das mais variadas fontes como forma de estar em sintonia com  o desenvolvimento social e intelectual da criança .
 Faz-se necessário que cada escola organize dentro da jornada de trabalho do docente essa formação, levando em consideração que a escola é um espaço de formação não só para o aluno, mas também para o professor e os demais participantes da educação que se envolve no processo ensino-aprendizagem. Esse processo não deve ser só privilégio da educação, mas, de todo e qualquer profissional. As condições de trabalho devem ser favoráveis para que a formação contínua aconteça e dê resultados na prática. É uma forma de acrescentar a teoria àquilo que você já tem na prática, aprimorando o conhecimento.
A formação continuada dos profissionais da educação é uma necessidade para atender às exigências do cotidiano do seu exercício profissional, às solicitações dos estudantes e da sociedade em geral. Contudo, para construir conhecimentos e transformar as práticas cotidianas dos professores, seria necessário a criação de espaço para estudos, análises, discussões e socialização dessa formação entre os próprios docentes.
 O EDUCADOR INFANTIL: SUPERANDO DESAFIOS NOS CURSOS DE FORMAÇÃO
A necessidade de qualificar cada vez mais a educação escolar e a relevância de que o investimento na formação dos professores é um dos fatores essenciais que garantem essa melhoria na qualidade do ensino, tem levado os gestores responsáveis pela educação, a proporem ações e políticas que sirvam de referência aos sistemas de ensino, que estimulam discussões e a sistematização de propostas possibilitando avanços significativos no meio educacional.
O grande desafio que se tem enfrentado na formação dos professores de Educação Infantil, tem sido trabalhar a apropriação dos sujeitos - professores e professoras - acerca do processo de construção de uma proposta coletiva de trabalho que articule as vivências, as experiências e a realidade dos alunos, com os conhecimentos culturalmente construídos, bem como diz (Machado, 2000, p.74) “as  exigências da realidade da educação infantil nos colocam ante um campo complexo e multifacetado que exige reflexões sobre como as marcas culturais de um profissional de nível inferior estão entranhadas em nós”.
Nessa perspectiva, esse fazer com a conotação de “cuidar”, passou a ser “atividade de mulher”: o que exige pouca qualificação, nesses termos, enfrentar estas dificuldades é um grande desafio, levando em consideração que essa formação faz parte das políticas públicas para a área da Educação Infantil como um todo. Nesse sentido, a Formação Continuada deve ser enfrentada do ponto de vista quantitativo, de modo a atender as necessidades de expansão do atendimento em Educação Infantil, contemplando as dimensões que constituem o eixo do trabalho com crianças de 0 a 6 anos: educar/cuidar, entendidas como dimensões integradas da prática profissional em Educação Infantil.
Uma formação de professores com qualidade contempla a pluralidade de perspectivas teóricas, de modo a permitir ao professor amplo conhecimento das teorias pedagógicas para a primeira infância. Com base nos conhecimentos adquiridos nos processos de formação e a partir da análise da realidade institucional em que estiverem inseridos, os docentes poderão participar dos processos coletivos de construção da proposta pedagógica mais adequada. Essa formação acontecendo dessa forma proporcionará ao professor sua autonomia, baseada na capacidade de análise da realidade social do educando, de seus processos de desenvolvimento e das condições capazes de promover o seu bem-estar. A complexidade desses processos exige uma formação teórica consolidada em diversos campos do conhecimento, como: a psicologia, a antropologia, a educação, a saúde, dentre outros.
Um importante aspecto da Formação Continuada para Professores, é a consideração de que a prática educativa faz parte das relações humanas e ocorre em diversos espaços sociais, como a família, a escola, as associações etc. Assim, ao ingressar em um curso de formação de professores , as pessoas já possuem algumas ideias a respeito do que seja cuidar e educar crianças de 0 a 6 anos. São conhecimentos importantes, e que precisam ser objeto de reflexão, já que a atividade que será exercida nas instituições de atendimento infantil, não é a mesma que ocorre em outros espaços da sociedade, considerando que a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica no país.
A formação de professores deve possibilitar uma visão pedagógica que estimule a capacidade de questionar a interação e a análise de diferentes hipóteses da aprendizagem. Um dos principais objetivos da formação de professores é desenvolver as qualidades de ordem ética, intelectual e afetiva que a sociedade espera deles, de modo a possibilitar o desenvolvimento dos seus alunos.
Nessa perspectiva, percebe-se que o trabalho pedagógico na Educação Infantil, apresenta equívocos de entendimento e falta de articulação dos conhecimentos no cotidiano de forma transformadora, numa proposta de articular os conteúdos e metodologias dos diversos eixos temáticos, cujos princípios priorizem a criança como ser histórico-social, que já vive experiências e  está inserido em uma família  e uma cultura própria.
Considerando essas discussões, acredita-se que é possível identificar parâmetros e critérios que possam estar contribuindo na construção de alternativas para a formação dos professores da Educação Infantil, com o objetivo de trabalhar com os mesmos, competências que permitam a eles, capacidades básicas, para estarem respondendo as novas demandas exigidas pela sociedade.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            METAS PROJETADAS, AÇÕES E RESULTADOS ESPERADOS- ANO 2011/2012.
METAS
AÇÕES
RESULTADOS ESPERADOS
Superar as dificuldades inerentes a:
1-      Construção do projeto de estudo de formação continuada;
2-      Dinamização do grupo de estudo: Compartilhando Saberes.

1-         Fundamentação teórica para elaboração da proposta de trabalho e projetos de estudos;
2-         Formação de equipes responsáveis pelos trabalhos efetivados nos encontros de estudo.
1-       Ampliação do universo de conhecimento dos professores para elaboração de propostas de trabalho envolvendo o coletivo escolar;
2-       Participação e o envolvimento de todos professores nas atividades do grupo de estudo.

TEMAS PROJETADOS PARA ESTUDOS EM 2012.

ü  Independência e autonomia.
ü  Moralidade infantil.
ü  Regras de convivência.
ü  O uso da tecnologia na educação infantil.
ü  Projetos didáticos numa perspectiva interdisciplinar.
ü  Avaliação escolar na educação infantil: portfólios e registros.
ü  A importância da psicomotricidade aliada ao brincar.
ü  Desenhos e suas representações.
ü  Concepções de alfabetização na prática pedagógica do professor e na aprendizagem dos alunos e identificação dos níveis de leitura e escrita.
AVALIAÇÃO

As mudanças na sociedade e consequentemente na educação colocam novas exigências à profissão docente É preciso promover mudanças no rumo e nos objetivos da oferta e avaliação da formação contínua, destinada ao docente da Educação Infantil. A esses  professores cabe também a responsabilidade de refletir sobre a sua prática pedagógica, quer através da investigação, quer através do empenho sistemático num desenvolvimento profissional contínuo, ao longo de toda a carreira profissional.
Propomos que a avaliação seja desenvolvida como uma atribuição de qualidade, com a finalidade de nortear as decisões pedagógicas do grupo de estudo, retroalimentando-as de acordo com as necessidades do grupo.
Contudo, a valorização que o docente almeja, depende em boa parte da formação e da atuação do profissional, portanto essa valorização precisa está relacionada à formação  do  docente. E no que diz respeito às  formas de avaliação, estas deverão ser realizadas em torno de uma temática que enfatize questões pertinentes à formação do professor, com base nas observações da sua prática diária.
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


 BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1986.
________. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília, 1988.

PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar / Philippe Perrenoud; trad. Patrícia Chittoni Ramos. -  Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
________, Philippe. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica / Philippe; trad. Claúdia Schilling. – Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.

PIMENTA, Selma Garrido. Estágio e docência / Selma Garrido Pimenta, Maria Socorro Lucena Lima; revisão técnica Jpsé Cerchi Fusari, - São Paulo: Cortez, 2004. – (Coleção docência em formação. Série saberes pedagógicos

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Trad. Ernani F. da F. Rosa. Porto Alegre: ArtMed, 1998.






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