terça-feira, 27 de agosto de 2013

LITERATURA INFANTIL: Viajando e Contando Histórias: Uma forma prazerosa de viver e reviver a infância


 I - Introdução:
A literatura infantil é um caminho que leva a criança a desenvolver a imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa. É importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas e muitas histórias, pois é através dos livros e contos infantis que a criança enfoca a importância de ouvir, contar e recontar histórias.
            A literatura abre um leque variado de conhecimentos, despertando a curiosidade e influenciando na forma de olhar o mundo ao redor. Para que isso ocorra se faz necessário incentivar as crianças a leitura prazerosa, objetivando o desenvolvimento do amor, da beleza, da imaginação, da observação, além de ampliar as experiências, o gosto artístico e o estabelecimento entre o mundo da fantasia e o da realidade.
            A leitura é a melhor maneira de aprendizagem, sendo também eficaz na aquisição da linguagem e exercício intelectual, a presença da literatura infantil na sala de aula e a mediação realizada pelo professor, permitem à criança a fruição, o prazer e a alegria de adentrar no mundo mágico da literatura e da imaginação.
            A criação de espaço para a criança contar, recontar e inventar histórias, dando sentidos e significados às experiências vivenciadas em seu cotidiano, propicia o exercício da linguagem oral, da invenção, como autores e criadores de sentidos e textos. Nesse exercício, a criança que agora ouvinte, posteriormente será o contador de histórias.
      SISTO (1991) reitera que “contar histórias hoje significa salvar o mundo imaginário. Vivemos, em nosso tempo, o império das imagens, quase sempre gerais, reprodutoras e sem individualidade”.
O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil – RCNEI (1998, vol 3) ressalta a importância do manuseio de materiais, de textos (livros, jornais, cartazes, revistas, entre outros), pelas crianças, uma vez que ao observar produções escritas a criança, vai conhecendo de forma gradativa as características formais da linguagem. Isso é visível quando uma criança folheia um livro imite sons e faz gestos como se estivessem lendo. Entretanto no cotidiano escolar, isso pode não ocorrer devido ao medo de que os livros se estraguem. Porém os alunos só aprenderão a ter cuidado com os materiais, se tiveram em contato com os mesmos. A criança só construirá conhecimento a cerca da leitura se estiver inserida em um ambiente favorável ao letramento que a possibilite presenciar e participar de situações de iniciação a leitura.
            Ainda baseado no RCNEI, as histórias são construídas e completas e sua prática com os alunos, por meio da contação pelo professor colocam as crianças “no papel de leitoras. Que podem relacionar a linguagem com os textos, os gêneros e os relacionar a linguagem com os textos, os gêneros e os portadores sobre os quais eles se apresentam: livros, bilhetes, revistas, cartas, jornais” entre outros.
            Muitas são as estratégias que o professor pode fazer uso para ampliar as atividades de leitura de histórias, para que a criança conheça a maneira de pensar, ser, agir e os valores e comportamentos de outras culturas presentes em outros tempos e lugares, fazendo relação com seu jeito de compreender e o modo de ser do grupo que está inserido. As histórias são fonte de conhecimentos culturais de como lidar com as emoções e com os valores éticos, possibilitando a construção da subjetividade e da sensibilidade da criança.
         II – Justificativa:
  Construir na criança o hábito e o prazer da leitura é uma atividade que deve estar presente no cotidiano daqueles que com ela convive. A familiaridade constante com a literatura incentivará as crianças desde pequenas a amarem os livros, levando-as ao enriquecimento da imaginação, da criatividade e da linguagem.
Segundo Juan Mota (pág. 9), é justamente porque estão imersas em um ambiente leitor que as crianças começam a se interessar pela leitura e acabam aprendendo a ler. Não há aprendizagem real sem motivação, sem desejo prévio. A leitura deve aparecer diante de seus olhos como algo necessário e “tentador”. Por isso a importância da escola oferecer meios que possibilitem o contato das crianças com a literatura, de forma lúdica e prazerosa, facilitando o processo e aquisição de aprendizagens significativas.
De acordo com o RCNEI – Referencial Curricular para a Educação Infantil (vol. III, pág. 143):

A leitura de histórias é um momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o seu. A partir daí ela pode estabelecer relações com a sua forma de pensar e o modo de ser do grupo social ao qual pertence. As instituições de educação infantil podem resgatar o repertório de histórias que as crianças ouvem em casa e nos ambientes que frequentam, uma vez que essas histórias se constituem em rica fonte de informação sobre as diversas formas culturais de lidar com as emoções e com as questões éticas, contribuindo na construção da subjetividade e da sensibilidade das crianças.

Diante desse contexto, o Centro Municipal de Educação Infantil Joaquim Lopes Pequeno oportunizará o desenvolvimento do Projeto – Literatura Infantil – Viajando e Contando Histórias: Uma forma prazerosa de viver e reviver a infância, buscando aperfeiçoar e ampliar as práticas pedagógicas, tendo como finalidade a construção de bons leitores e futuros escritores, pois a leitura leva a criança ao universo letrado e colabora para o desenvolvimento da escrita. As histórias estão presentes em nossa cultura há muito tempo. o hábito de contá-las e ouvi-las tem inúmeros significados e está relacionado ao cuidado afetivo, à construção da identidade, ao desenvolvimento da imaginação, à capacidade de ouvir o outro, e a de se expressar.
Incentivar a formação do hábito de leitura na idade em que todos os hábitos se formam, isto é, na infância, é muito importante. Neste sentido a literatura infantil é uma peça fundamental para este desenvolvimento.
Faz parte da nossa Proposta Pedagógica favorecer a familiaridade das crianças com a leitura e a ampliação de seu repertório, assim, oferecemos às crianças  o contato regular com os textos e participação frequente com o conto e a leitura em situações diversas. Os professores são os principais agentes na promoção dessa prática, desenvolvendo projetos específicos nas fases que estão atuando. É importante também envolver a família, pois a criança vai desenvolvendo o hábito da leitura, tornando-se um bom leitor, adquirindo valores familiares, sabendo que a leitura pode ser realizada na escola e também em casa. É preciso ter paciência, criatividade, dedicação e persistência, pois não se pode exigir nada de um leitor, mas auxiliá-lo a desejar a ler por prazer, despertando sua imaginação e capacidade de ouvir o outro se expressar.

         III – Objetivo Geral:
            Aperfeiçoar as práticas pedagógicas relacionadas às várias formas de contar histórias e possibilitar a construção de bons leitores, despertando-os para a valorização da leitura como fonte de prazer e entretenimento.
         IV – Objetivos Específicos:
·         Observar e manusear livros;
·         Familiarizá-los e ampliar seus repertórios;
·         Incentivar o hábito de leitura;
·         Proporcionar situações de leitura diversificada;
·         Apropriar-se de recursos diversos para contação de histórias;
·         Ler e contar histórias em ambientes diferentes;
·         Proporcionar o desenvolvimento da atenção e concentração;
·         Reconhecer algumas histórias infantis;
·         Utilizar a técnica de dramatizar e fazer recontos;
·         Desenvolver o pensamento lógico e a rapidez de raciocínio;
·         Permitir a livre expressão;
·         Promover e estimular a linguagem oral;
·         Cuidar e valorizar os livros;
·         Desenvolver e estimular a expressão corporal.

         V - Procedimentos Metodológicos:
  • Construção de livros volantes com a participação dos pais e das crianças;
  • Utilização do carro e da mala da leitura em sala de aula;
  • Criação do cantinho da leitura em cada sala de aula;
  • Confecção de uma  sacola literária itinerante;
  • Apresentações com teatro de fantoches;
  • Dramatizações de histórias e músicas infantis;
  • Desenvolvimento do Projeto “Caravana da leitura” realizado em parceria com a SMECE;
  • Realização de amostras de conteúdos com temas diversificados abertas a toda comunidade;
  • Exposição dos trabalhos desenvolvidos em sala  de aula no pátio da escola ao fim de cada  bimestre;
  • Apresentação cultural junina, valorizando a literatura infantil;
  • Contação de histórias que relatem a história do município de Cruzeta.
         VI – Avaliação:
            A avaliação será contínua e diagnóstica, através de observações e registros das ações desenvolvidas, como também a participação e envolvimento das crianças na realização das atividades propostas.
        
 VII - REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular para Educação Infantil, vol. 3. Brasília, MEC/SEF, 1998.

MATA, Juan. Cenas, Reflexões e Sugestões em torno da leitura e da infância. Revista Pátio: Educação Infantil – Literatura infantil, muito além do cantinho da leitura. Julho/Setembro, 2010.


SISTO, Celso. Contar histórias, uma arte maior. In: MEDEIROS, Fábio Henrique Nunes &
MORAES, Taiza Mara Rauen (orgs.). Memorial do Proler: Joinville e resumos do
Seminário de Estudos da Linguagem. Joinville, UNIVILLE, 1991.

















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